No milho, as doenças podem ocorrer em todas as fases do desenvolvimento da planta, com maior intensidade a partir do florescimento. As principais doenças foliares são:

Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)

Atualmente é uma doença presente em praticamente todas as áreas de plantio de milho do Brasil, ela ocorre de forma severa em cultivares suscetíveis, ocasionando as perdas superiores a 80%.

Os sintomas mais característicos são manchas de coloração cinza, predominantemente retangulares, com lesões desenvolvendo junto às nervuras nas folhas. De acordo com o desenvolvimento dos sintomas da doença, pode ocasionar necrose em todo o tecido foliar.

Mancha branca (etiologia indefinida)

A mancha branca é considerada, atualmente, uma das principais doenças da cultura do milho no Brasil, estando presente em praticamente todas as regiões de plantio de milho no Brasil. As perdas na produção podem ser superiores a 60% em situações de ambiente favorável e de uso de cultivares suscetíveis.

As lesões causadas pela mancha branca são, a princípio, circulares, aquosas e verdes claras, à medida que vão evoluindo, passam a ser necróticas, com uma cor palha e circulares.Normalmente, são encontradas distribuídas na folha, mas iniciam-se na ponta da folha progredindo para a base.Em condições de ataque severo, os sintomas da doença podem ser observados também na palha da espiga. 

A mancha branca é suscetível em temperaturas noturnas mais baixas (15 a 200C), com uma elevada umidade relativa do ar (maior 60%) e elevada precipitação. Os plantios tardios contribuem para que a doença seja severa na lavoura, por causa da ocorrência dessas condições climáticas no período de florescimento da cultura, nessa fase as plantas são mais sensíveis ao ataque de doenças e os sintomas são mais graves.

Ferrugem Polissora (Puccinia polysora Underw.)

Os sintomas da ferrugem polissora são, normalmente, formação de pústulas circulares, com uma coloração marrom clara, distribuídas, predominantemente, na face superior das folhas. 

Ela ocorre com maior intensidade em altitudes abaixo de 700m, onde predominam temperaturas mais elevadas (25 a 35oC). A ocorrência de períodos prolongados de elevada umidade relativa do ar também é um fator importante para o desenvolvimento da doença.

Ferrugem Comum (Puccinia sorghi)

A ferrugem comum caracteriza-se pela formação de pústulas em toda a parte aérea da planta, mas com maior intensidade nas folhas, as pústulas ocorrem em ambas as superfícies da folha,essa é uma das características que a diferencia da ferrugem polissora, cujas pústulas predominam na superfície superior da folha. As pústulas da ferrugem comum apresentam um formato circular alongado com uma coloração castanho clara a escuro. Em condições ambientais favoráveis, as pústulas podem ser mais severas, formando grandes áreas necróticas nas folhas.  

Períodos prolongados de temperaturas baixas (16 a 23°C), alta umidade relativa do ar (maior 90%) e chuvas frequentes favorecem o desenvolvimento da doença.

Ferrugem Tropical ou Ferrugem Branca (Physopella zeae)

É a doença mais severa em plantios contínuos de milho, principalmente em áreas irrigadas. A ferrugem branca caracteriza-se pela formação de pústulas de formato arredondado, em pequenos grupos, de coloração esbranquiçada a amarelada, na superfície superior da folha, uma borda de coloração escura pode envolver o agrupamento de pústulas. A doença é favorecida por condições de alta temperatura (22-34°C), alta umidade relativa e baixas altitudes. Por ser um patógeno de menor exigência em termos de umidade, ataques mais severos da doença tendem a ser a maior nos plantios de safrinha.

Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)

No Brasil, os ataques mais severos desta doença têm ocorrido em plantios de safrinha. Em situações favoráveis ao desenvolvimento da doença, as perdas na produção podem chegar a 50%, quando o ataque começa antes do período de floração.

Os sintomas típicos da doença são lesões necróticas e elípticas, a coloração do tecido necrosado varia de cinza a marrom e, no interior das lesões, observa-se intensa esporulação do patógeno, as primeiras manifestações da doença aparecem, normalmente, nas folhas mais velhas.

O patógeno apresenta boa capacidade de sobrevivência em restos de cultura. Em temperaturas moderadas (18-27°C) são favoráveis à doença, bem como a ocorrência de longos períodos de molhamento foliar.

Mancha de Bipolaris maydis (Bipolaris maydis)

A mancha de bipolaris maydis causa lesões alongadas, orientadas pelas nervuras com margens castanhas e com forma e tamanho variáveis. 

A sobrevivência da doença na lavoura ocorre em restos culturais infectados e em grãos, os conídios são transportados pelo vento e por respingos de chuva, as condições favoráveis para o desenvolvimento da doença consistem em temperaturas entre 22 e 30°C e em elevada umidade relativa. Períodos de seca e de dias com muito sol entre dias chuvosos é desfavorável à doença.

Mancha foliar de Diplodia (Stenocarpella macrospora)

As lesões da mancha foliar de diplodia são alongadas e grandes, em algumas situações, os sintomas são caracterizados pela presença de lesões estreitas e alongados. Apesar da variação sintomatológica, em todos os casos é possível verificar o ponto de infecção pelo patógeno. A disseminação ocorre por meio dos esporos e dos restos de cultura infectados, além de serem levados pelo vento e por respingos de chuva. Os restos de cultura são fonte de inóculo local e também contribuem para a disseminação da doença para outras áreas de plantio, além disso, a ocorrência de temperaturas entre 25 e 30oC e de elevada umidade relativa do ar favorecem o desenvolvimento da doença.

Antracnose foliar do milho (Colletotrichum graminicola)

Com a alta utilização do plantio direto, e em alguns casos sem rotação de culturas, o aumento das áreas de plantio do milho na safra e na safrinha, a antracnose tornou-se uma das doenças mais distribuídas nas regiões produtoras de milho do Brasil. 

A antracnose foliar do milho causa lesões foliares que são observadas em plantas nos primeiros estágios vegetativos e, de maneira geral, a antracnose é a primeira doença foliar identificada no campo. Os sintomas são caracterizados por lesões de coloração marrom escura e formato oval e irregular, tornando muitas vezes difícil seu diagnóstico. É tipicamente, um halo amarelado circunda a área doente das folhas. Em condições favoráveis, as lesões podem necrosar grande parte do limbo foliar, além disso no interior das lesões, surgem pontuações escuras que correspondem às estruturas de frutificação do patógeno, denominadas acérvulos. Alguns desses sintomas são geralmente confundidos com os sintomas de deficiência de nitrogênio.

Geralmente a taxa de aumento da doença é uma função da quantidade inicial presente nos restos de cultura, outro fator que interfere na quantidade da doença é a taxa de reprodução do patógeno, que vai depender das condições ambientais a da própria raça do patógeno presente, temperaturas elevadas (28 a 30oC), elevada umidade relativa do ar e chuvas frequentes favorecem o desenvolvimento da doença.

Tendo em vista as doenças citadas, o método de manejo mais eficaz contra elas é a utilização de cultivares resistentes, além disso, é recomendável evitar restos da cultura de milho em áreas em que a doença ocorreu de forma severa; realizar a rotação com culturas não hospedeiras como a soja, o sorgo, o girassol, o algodão e outras; fazer adubações de acordo com as recomendações técnicas para prevenir desequilíbrios nutricionais. Além disso, vale ressaltar a importância de realizar o plantio sem atraso, pois em algumas épocas são mais suscetíveis a ocorrência de certas doenças. 

Fonte: Embrapa

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