Os solos brasileiros são, em sua maioria, naturalmente ácidos. A acidez é representada, basicamente, pela presença de dois componentes – íons H+ e Al+3 – a sua origem é pela intensa lavagem e lixiviação dos nutrientes do solo, pela retirada dos nutrientes pela cultura, sem a devida reposição e, também, em alguns caso é pela utilização de fertilizantes de caráter ácido.
Foto: Jacto
A acidez natural do solo pode ser em razão da pobreza do material de origem em cálcio, magnésio, potássio e sódio, que são as bases trocáveis do solo ou à intensidade dos processos de intemperização, que resultam em maiores teores de hidrogênio e alumínio no complexo de troca do solo e, consequentemente, também na solução do solo. Além disso, a agricultura também é um fator que pode contribuir com a acidez do solo, pela exportação e pela lixiviação de nutrientes do solo, pela intensificação do ciclo da matéria orgânica do solo e pelo próprio manejo da fertilidade do solo, com a aplicação de fertilizantes com efeito ácido. O principal método de avaliação da acidez do solo é pelo valor de pH, esta informação apresenta um efeito prático muito importante para a avaliação da fertilidade do solo porque está diretamente relacionada à disponibilidade dos nutrientes para as plantas.
A calagem, termo usado na agricultura, significa adicionar ao solo um composto contendo Ca ou Mg que é capaz de reduzir a acidez. As substâncias mais relevantes são: carbonatos, óxidos e hidróxidos, de Ca e de Mg.
Os principais objetivos da calagem são:
- Eliminar a acidez do solo;
- Fornece suprimento de cálcio ( o cálcio estimula o crescimento das raízes e, portanto, com a calagem ocorre o aumento do sistema radicular e uma maior exploração da água e dos nutrientes do solo, auxiliando a planta na tolerância à seca) e magnésio para as plantas;
- Aumenta a disponibilidade de fósforo, já que diminui os sítios de fixação no solo;
- Diminui a disponibilidade de alumínio;
- Aumenta a mineralização da matéria orgânica com consequente maior disponibilidade de nutrientes e favorece a fixação biológica de nitrogênio;
- Aumenta a agregação, pois o cálcio é um cátion floculante e, com isso, diminui a compactação;
Porém, a calagem deve ser aplicada de acordo com a necessidade, porque se aplicada em excesso ou mal aplicada pode ter um efeito negativo na disponibilidade de micronutrientes.
Em solos ácidos pode ocorrer a indisponibilidade de nutrientes para a cultura, causando desenvolvimento pouco eficiente e até queda na produção. Os nutrientes precisam de determinadas condições físico-químicas do solo para ficarem disponíveis, por isso uma das mais importantes condições do solo é a sua acidez.
Quanto maior for a acidez, menor é o valor do pH, enquanto o valor neutro do pH é igual a 7, porém, valores de pH acima de 7 referem-se à alcalinidade do solo. Com tudo, grande parte das culturas se desenvolvem melhor na faixa de pH situada entre 5,5 e 6,5, que são solos levemente ácidos.
Portanto, a calagem é uma prática econômica que garante aumentos na produtividade e longevidade na lavoura e para que haja uma boa incorporação e homogeneização com o solo, o ideal é que a calagem seja feita no preparo do solo, porém, a calagem para alcançar seu maior aproveitamento deve ser bem planejada e seguida passo a passo.
Fonte: Embrapa
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