A cultura do milho é altamente rentável e atualmente temos um ótimo arsenal tecnológico que permite altíssimas produtividades que vai desde engenharia genética nas sementes até o uso de bactérias diazitróficas e diversas técnicas de agricultura de precisão. Mas será que atingir a maior produtividade imaginável necessariamente leva à maior lucratividade?

Toda área de produção agrícola deve ser encarada como uma empresa agrícola. O objetivo de toda empresa é gerar lucros.

No caso da empresa agrícola, o máximo de lucro não significa, necessariamente, obter a maior produtividade que se possa imaginar.

O motivo desta afirmação é que os mesmos fatores que possibilitam incrementos na produtividade também elevam os custos de produção, sendo que o valor a ser recebido é determinado pelo mercado e o produto é considerado uma commodity. Ou seja, o preço é dado pela natureza do produto e não pela qualidade agregada.

Em condições teóricas ideais, podemos vislumbrar altíssimas produtividades utilizando os melhores fatores de produção possíveis: o material genético com maior potencial produtivo, sistemas de irrigação funcionando a pleno vapor, adubações nitrogenadas pesadas, fornecimento abundante de fosforo, potássio e micronutrientes.

Além disso poderíamos escolher a melhor época de semeadura sem preocupação com limitações de tempo devido a outros ciclos produtivos na mesma área no decorrer do ano.

Já nas condições reais acrescentar todos esses itens no sistema produtivo sem a análise de viabilidade adequada pode resultar em dívidas que dificilmente serão pagas pela produção da área em questão. A resposta não é genérica, e sim, caso a caso.

Nesta matéria vamos fazer uma análise dos fatores que compõe um sistema de cultivo de milho visando obter o máximo de lucratividade possível para o seu caso.

Quando se deseja realizar atividades agrícolas de alto desempenho, ou seja, com máximo de resultados econômicos, o agricultor deve entender todo seu investimento em área e outros fatores de produção, como uma empresa.

Assim como em qualquer outra empresa, antes de iniciar as atividades e realizar as aquisições necessárias, o empresário deve saber levantar informações relevantes para o sucesso em sua atividade.

Levantar estas informações são o primeiro passo para a tarefa central do empresário agrícola: Efetuar o Planejamento Agrícola.

As atividades posteriores podem ser resumidas em: Executar o Planejamento Agrícola e verificar se as tarefas do dia a dia estão seguindo o que foi planejado, ou seja, a gestão da atividade.

Em busca de lucratividade máxima? Veja os itens técnicos do Planejamento Agrícola para a cultura do milho e as determinações agronômicas feitas a partir dele

Planejamento Agrícola

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No caso da cultura do milho, assim como em outras culturas, a produtividade é resultado da interação de fatores genéticos e ambientais.

Levantar informações estratégicas sobre esses dois fatores são taferas básicas para que o empresário agrícola faça as primeiras determinações agronômicas.

Algumas determinações são realizadas com base em uma única informação e outras são determinadas correlacionando duas ou mais informações.

As principais informações a serem levantadas são:

Finalidade do cultivo: produção de grãos, silagem, milho-verde ou milho pipoca.

A finalidade do cultivo vai determinar a estimativa de valor a ser recebido pela produção. Esta informação é a base de todo o planejamento econômico e executivo da empresa agrícola. Cada finalidade vai diferenciar desde a escolha do material genético a ser cultivado, passando pela determinação da melhor época de plantio, os tratos culturais até a forma de comercializar a produção.

Existe uma diversidade de materiais genéticos no mercado, cada um com características diferentes que os tornam mais adequados para cada tipo condições de clima e solo que o agricultor não pode modificar, como: temperaturas, humidade relativa, regime pluviométrico, velocidade do vento, composição física do solo, o relevo.

Lembrando que podem haver variações destes fatores dentro de uma mesma área produtiva, levando a necessidade da utilização de mais de um material genético.

Série histórica de Preço Recebido pelo Produtor

Consultar série histórica de preços recebidos pelo produtor; compreender dinâmicas que afetam a formação do preço

Estas informações são fundamentais no Planejamento Agrícola pois entram como um certo grau de certeza que o empresário pode usar na tarefa de buscar o equilíbrio entre investimentos em fatores de produção e o retorno econômico.

Apesar dos valores variarem de safra para safra, é normal que em condições típicas seja possível ter uma margem de variação esperada. Porém nada determinístico. O risco faz parte do agronegócio e existe para todos!

Aqui na Izi somos especialistas na consulta e processamento de informações relacionadas série histórica de preços e também na interpretação das dinâmicas do mercado e estamos prontos para auxiliar produtores a acertar no momento da venda da sua produção para obter rentabilidade máxima.

Nos links abaixo você encontra as fontes oficiais para consulta de séries históricas de preços recebidos pelos produtores.

IBGE: https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=PA10&t=lavoura-permanente-valor-producao

Instituto Matogrossense de Economia Agrícola (IMEA) (https://bucket-xiruexterno-2.s3.sa-east-1.amazonaws.com/5/809881640863047682/1049925336522760192-.pdf?X-Amz-Expires=432000&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-SHA256&X-Amz-Credential=AKIAIOZVUSV4HGV74RLA/20201026/sa-east-1/s3/aws4_request&X-Amz-Date=20201026T090505Z&X-Amz-SignedHeaders=host&X-Amz-Signature=1b58240fcfa18e4eadfc45be460d844bac4083bf01f197b63c6d755b241d83dc

Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo: http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/precos_medios.aspx?cod_sis=2

Série Histórica de Preço dos insumos

Consultar série histórica de preços dos insumos; compreender dinâmicas que afetam a formação do preço

Da mesma forma que no item anterior, ter o conhecimento desta série de preços é fundamental para o Planejamento Agrícola. Estar alerta sobre as flutuações de preços pode trazer o benefício de aumentar consideravelmente a lucratividade da atividade agrícola. Um exemplo clássico é o do preço do adubo.

Fertilizantes representam uma boa porcentagem do custo de produção. Compra-lo no seu momento de preço mais baixo significa, na maioria das vezes, reduzir de modo importante este custo. Não raro o preço do adubo varia mais de 50% no decorrer do ano.

A análise das series históricas de preços de adubos mostra que esses momentos ocorrem muitos meses antes do período de safra, momento em que esses insumos atingem seus preços máximos.

Nosso trabalho de Planejamento Agrícola aqui na Izi é completo e inclui analisar todos os fatores econômicos e cenários do mercado para garantir sua lucratividade já no momento de compra dos insumos, acertando o momento em que os preços estão mais baixos!

Estado da fertilidade atual do solo da área a ser cultivada

Realização de análises de solo que representem com o máximo de fidelidade a realidade da área. Devem ser avaliados: composição granulométrica (porcentagem de areia, silte e argila) componentes da acidez, teor de alumínio, teor de macro e micronutrientes, capacidade de troca catiônica total, capacidade de troca catiônica efetiva, saturação por bases e teor de matéria orgânica.

A fertilidade dos solos tropicais, ou seja, em praticamente todo o Brasil, é severamente afetada pelo nível de acidez excessiva e a presença de alumínio em níveis limitantes. Esse fenômeno se dá justamente pela característica de climas tropicais de apresentarem muitas chuvas. No decorrer de milhões de anos nessas condições, toda essa agua leva consigo íons de cálcio, magnésio entre outros, restando ácidos fracos e íons de alumínio. Os materiais minerais que deram origem aos nossos solos também favorecem essas características.

Porém não se trata de um problema difícil de se resolver quando são realizados os procedimentos corretivos com técnica e precisão: amostragem adequada, análise precisa  e recomendação da necessidade de calagem para elevar a acidez para o nível ótimo, onde temos a disponibilidade máxima de todos os nutrientes, a eliminação do alumínio e o fornecimento de cálcio e magnésio.

A realização da adubação sem correção prévia dos solos resulta na perda do investimento com o adubo, já que em condições de pH elevado, os nutrientes fornecidos não encontram condições adequadas de adsorção (aderência eletrostática) na fração coloidal do solo, sendo perdidos tanto via lixiviação com água quanto por volatilização.

A recomendação de adubação é feita para complementar o estoque de nutrientes do solo, visando suprir a necessidade da cultura, e nada a mais do que isso. Então, deve-se conhecer com precisão os valores de nutrientes que o solo apresenta e quanto vai ser exigido pela cultura para obter uma adubação econômica.

Contamos com especialistas em análises laboratoriais para determinações de todos os indicadores de qualidade do solo, garantindo ações precisas na correção da fertilidade dos solos e recomendações de adubação na medida para a produtividade desejada, aquela que trata maior lucratividade, sem gastos desnecessários.

Características topográficas

Mapeamento do relevo

O Planejamento Agrícola, assim como no Planejamento de qualquer empresa, deve ter extrema preocupação em conservar os fatores de produção. Principalmente quando se trata de recursos naturais, devido à recuperação extremamente lenta de formações naturais como os solos e os relevos, que levam milhões de anos para se formarem, não havendo medidas corretivas dentro da capacidade humana, caso algum dano estrutural ocorra.

Áreas agrícolas em processos erosivos, não raramente tem sua utilização impossibilitada e passam a ser impróprias para qualquer outra finalidade. Nesses casos, entram em um processo irreparável e crescente de degradação e junto com isso, toda a terra deslocada com as águas das chuvas assoreiam corpos d’agua, prejudicando bacias hidrográficas que também são formadas no decorrer de milhões de anos, servindo como base da estrutura da flora e da fauna das regiões.

Áreas agrícolas que não tomam medidas protetivas são as principais causadoras de processos erosivos. Procedimentos de preparo de solo que usam grades, arados e outros implementos que revolvem as camadas superficiais, principalmente quando realizados em terrenos íngremes, são as causas dos danos ambientais.

Estas práticas agrícolas não são adequadas para os solos do Brasil e passam a ser devastadoras quando realizadas “morro abaixo” ou seja, quando o sentido do caminhamento da máquina agrícola é do ponto mais alto para o ponto mais baixo do terreno, mesmo que o grau de inclinação seja pequeno.

O cultivo nos solos do Brasil deve ser conservacionista, ou seja, ser baseado em técnicas que não desestruturem o solo. De extrema importância, a primeira medida que deve ser tomada, é a construção de terraços e curvas em nível, no sentido transversal ao declive do terreno para desacelerar o escorrimento da água, evitando com que ela ganha velocidade e força, carregando o solo enquanto escoa.

O método de plantio mais adequado é o Sistema de Plantio Direto (SPD), que se trata do cultivo sem operações de preparo de solo e a formação de cobertura vegetal para proteger as camadas superficiais da desestruturação causada pela chuva e também manter ambiente adequado para a permanência dos microrganismos naturais e extremamente necessários em solos agrícolas.

O SPD é uma complexa construção técnica e é alcançado após o período de adaptação da área agrícola para que sua estrutura esteja apta ao desenvolvimento ideal dos cultivos. No período de transição é adotada a pratica do Cultivo Mínimo em que se busca realizar a descompactação do solo com o mínimo de operações possível, entre outras medidas visando as adequações necessárias.

Por isso o relevo deve entrar no Planejamento Agrícola, para que as medidas conservacionistas adequadas sejam tomadas, garantindo a continuidade do potencial agrícola da área.

Histórico climático da área

Analisar séries históricas mais longas o possível, sobre a distribuição de chuvas (quantidade x dias em que ocorreram), temperatura, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento e índices de radiação solar.

Fatores climáticos são os principais determinantes do sucesso ou insucesso agrícola. Principalmente em relação a distribuição das chuvas. Portanto conhecer o histórico climático da área em que se pretende realizar cultivos fornece informações cruciais para a lucratividade da atividade.

Na cultura do milho, principalmente quando são utilizados materiais genéticos de alta qualidade, existem ótimas respostas a fatores ambientais como adubação, disponibilidade hídrica e temperatura. Em algumas regiões é possível obter altíssimas produtividades sem a necessidade de investimentos em equipamentos de irrigação.

O empresário agrícola vai ter maior segurança nessa decisão acompanhando a série histórica de dados meteorológicos da região, principalmente se houver uma série com muitos anos de dados. Assim ele poderá averiguar as chuvas mais frequentes e as quantidades de água geralmente fornecidas naturalmente

O link abaixo direciona para a página do Instituto de Meteorologia, onde são armazenados e fornecidos dados climáticos de alta relevância para a agricultura em um longa série de dados: https://portal.inmet.gov.br/servicos/bdmep-dados-hist%C3%B3ricos

Histórico de incidência de pragas e doenças

Analisar o histórico de incidência de pragas não substitui o monitoramento da cultura quando ela está implantada, mas permite tomar medidas protetivas contra as ocorrências mais frequentes. Por exemplo a escolha do material genético que permite maior tolerância a pragas e doenças cujo histórico mostra serem de presença garantida e também a escolha do melhor tratamento de sementes que forneça proteção inicial aos cultivos, eliminando a necessidade de aplicações de defensivos.

Mais algumas determinações agronômicas do Planejamento Agrícola realizadas correlacionando-se as informações básicas para a cultura do milho

Planejamento Agrícola

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  • Nível de adubação econômico considerando as necessidades da cultura, a quantidade de nutrientes que deve ser acrescentada, a produtividade obtida e a média de preço mais comum, com base nas correções dos valores da série histórica de preços para os valores atuais.
  • Determinação da melhor época de plantio, considerando a janela de cerca 6 meses de dias mais longos e de temperaturas mais elevadas e a rotação com outras culturas como a soja, por exemplo, ou mesmo uma segunda safra de milho.
  • Avaliação da viabilidade econômica do investimento em equipamentos de irrigação, verificando se o potencial produtivo dos materiais genéticos que responderiam melhor à irrigação e a adubações mais pesadas seriam o suficiente para cobrir os custos de instalação, utilização e manutenção de diferentes sistemas de irrigação.
  • Determinação espaçamento mais adequado para o sistema adotado: sistemas irrigados e com mais adubação permitem lotações maiores
  • Previsão do ponto de colheita mais adequado: de acordo com a finalidade e característica dos cultivares adequados
  • Adoção de tecnologias que ajudem a vencer as limitações detectadas: Na cultura do milho é possível reduzir significativamente custos com adubação nitrogenada com a inoculação de bactérias no solo que aumentem o desempenho agronômico destas plantas. Além disso é possível realizar analise foliar de nutrientes para otimizar a adubação. Mapas de fertilidade dos solos permitem a aplicação de corretivos e adubos em taxa variada, pratica que além de aumentar a eficiência nutritiva reduz consideravelmente os custos de produção.

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